Ano 8 - Edição 259
13/03/02 a 19/03/02
Miami, FL - USA
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No ritmo forte das arquibancadas, Vasco derrota o Fla
A imensa torcida do Flamengo ganhou fama ao longo dos anos pela rara virtude de embalar o time com seu canto. Mas quem teve uma exibição à parte no Maracanã e deixou o estádio rindo à toa foi a vascaína. Ela enalteceu Felipe, o melhor nome em campo, perseguiu o hoje rubro- negro Juninho Paulista, festejou a vitória por 3 a 1 sobre o eterno rival no clássico de ontem à tarde, pelo Torneio Rio- São Paulo, e ainda se deu ao luxo de vaiar as duas figuras mais marcantes do clube: o presidente Eurico Miranda e o craque Romário.
A derrota fez o Flamengo dar adeus ao Rio-São Paulo e manteve o Vasco como um dos favoritos à classificação. O time de João Carlos é o 14 colocado, com cinco pontos, enquanto a equipe de São Januário está em terceiro, com 18.
Oscilando entre vaias e aplausos, os torcedores vascaínos deram uma mostra do que foi a partida.
No início, supremacia do time de São Januário, que abriu o placar logo aos 11 minutos, numa falha bisonha do zagueiro Valnei. Euller deu bom passe para Léo Lima na área, Valnei foi cortar e se atrapalhou. A bola sobrou livre para o próprio Euller tocar sem chance para Júlio César: Vasco 1 a 0 e merecidos aplausos para o atacante.
Com o time de Evaristo de Macedo em vantagem e mantendo a partida sob controle, foi a vez de a torcida pegar no pé do presidente. A diretoria do Vasco destinou menos ingressos do que as facções esperavam e Eurico não foi poupado. Houve tumulto num dos portões do estádio antes da partida causado por vândalos. Nas arquibancadas, ignorando o bom momento do time no Rio- São Paulo, as faixas estavam de cabeça para baixo.
Com liberdade para criar, Felipe esbanjava categoria no meio-campo e era vítima da violência dos rivais. Não demorou para que seu talento fosse reconhecido: "É seleção!"
Do outro lado, a torcida do Flamengo também era um termômetro do péssimo futebol apresentado pelo time no primeiro tempo. Sem ter muito o que enaltecer em campo, ela devolveu as provocações relembrando o tricampeonato estadual.
Mais uma vez, a dupla Juninho Paulista e Petkovic parecia não se entender em campo. Mesmo jogando com três zagueiros, o Flamengo era um convite constante ao trio Felipe, Léo Lima e Euller. A ponto de Romário passar o primeiro tempo como mero espectador do clássico.
Gritos por Edmundo na saída de Romário
No segundo tempo, a torcida rubro-negra cresceu junto com a equipe. Aos oito, André Leone fez falta em Leandro Machado na entrada da área. Petkovic cobrou com perfeição e empatou.
O Flamengo era bem melhor em campo quando, aos 19, Romário deitou-se à beira do campo com tonteiras. Do lado rubro-negro, tímidos gritos de "bichado". Na torcida do Vasco, uma reação bem mais revoltada contra o craque. Uma facção com a qual ele não tem bom relacionamento xingou Romário e, logo em seguida, um grupo bem maior de vascaínos passou a gritar o nome de Edmundo, ídolo do clube e desafeto do craque.
Antipatias à parte, a verdade é que o Vasco cresceu sem sua maior estrela em campo. O rápido Ely Thadeu deu mais velocidade ao ataque e o segundo gol não demorou. Aos 27, Maurinho perdeu a bola e Felipe lançou André Leone. Ele driblou Juan e tocou na saída de Júlio César: Vasco 2 a 1.
Três minutos depois, Juninho perdeu ótima chance. Ele recebeu bom passe de Andrezinho e, cara a cara com Helton, chutou no goleiro. Na sobra, Andrezinho acertou a trave.
As chances de reação do rubro-negro diminuíram ainda mais quando o técnico João Carlos tirou Felipe Mello, um dos poucos a criar no segundo tempo, e pôs Roma. Seu erro foi castigado aos 42. Cruzamento da esquerda, Andrezinho desviou de cabeça e Roma, na pequena área, preferiu tentar cavar um pênalti a marcar o gol.
Já nos acréscimos, com o Flamengo totalmente exposto, o golpe de misericórdia. Num contra-ataque, aos 47, Ely Thadeu tocou para Souza fazer o terceiro e fechar o placar. E, mais uma vez, Juninho foi alvo da festa vascaína nas arquibancadas.