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Gazeta News On Line
Ano 8 - Edição 259  
13/03/02 a 19/03/02 
Miami, FL - USA    
 
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Seis meses depois, EUA ainda temem novos ataques
   Seis meses depois dos atentados mais devastadores de sua história, os Estados Unidos continuam temendo outro ataque de um inimigo sem uniforme nem bandeira, em meio às incertezas que tomam conta do país desde o último dia 11 de setembro. Com o passar dos meses, essa incerteza e o temor substituíram o estado de choque coletivo dos americanos. Resumindo uma dúvida que aflige a população, a revista semanal "Time" perguntou na edição desta semana: "Somos capazes de impedir o próximo ataque?". Apesar do sucesso militar no Afeganistão, as respostas dos agentes de Inteligência, políticos e especialistas recebidas pela publicação revelam "a corrida desesperada do FBI e da CIA para consertar um sistema que fraqueja". A maior investigação já feita pelo FBI para encontrar os culpados parece longe do fim. Nenhum líder da Al-Qaeda foi preso e os americanos, em estado permanente de alerta, foram informados de que células terroristas inativas continuam em seu território. As incertezas, que continuam fazendo quase a metade dos americanos evitar viajar de avião, também origina vários alarmes falsos. O aeroporto de Los Angeles, na Califórnia, foi esvaziado oito vezes nos últimos dias. Semana passada, o alarme foi acionado sem motivo aparente na central nuclear de Three Miles Island, na Pensilvânia, causando pânico na região, que sofreu anos atrás um acidente real. "Com reticências, finalmente admitimos nossa vulnerabilidade", disse à AFP o professor Luis Fraga, especialista em Política da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (Ucla). "Sempre acreditamos que nosso horizonte era ilimitado. Hoje, vivemos na incerteza. Vivemos nos perguntando diariamente qual será a surpresa ruim que nos espera", acrescenta o historiador Henry Graff, professor da Universidade de Columbia, em Nova York. Para exorcizar sua preocupação, os americanos preferem mostrar o orgulho de pertencer a uma "grande nação" e dividir o mundo entre "o bem e o mal", ainda que agitando menos as bandeiras e entoando menos hinos patrióticos do que seis meses atrás. O professor Fraga adverte que os americanos se tornaram "patriotas cegos". "Neutralizamos nosso medo apelando para o nosso poderio militar e aceitando as decisões do nosso presidente, sem nos questionar". Com efeito, os Estados Unidos parecem ter aceitado a retórica governamental de guerra contra o inimigo terrorista, o que contribui para o surgimento de um sentimento de lealdade ao poder e disposição para o sacrifício.Se no início de setembro o trabalho do presidente George W. Bush era avaliado positivamente por 51% dos americanos, hoje essa porcentagem aumentou para 82%, segundo uma pesquisa "USA Today"-CNN-Gallup divulgada na última quinta-feira.







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