Ano 8 - Edição 259
13/03/02 a 19/03/02
Miami, FL - USA
Procurar no Gazeta:
As opiniões expressas em
artigos são de responsabilidade de seus autores e não refletem
necessariamente a opinião do jornal. Os serviços de propaganda são de
responsabilidade dos anunciantes.
Sugestões & Consultas:
Promotor do show do Harmonia do Samba explica com detalhes os problemas ocorridos no dia do evento
Betinho, proprietário do restaurante Feijão com Arroz I, explica com exclusividade para o Gazeta Brazilian News, o que realmente aconteceu no show e o que levou a deixar o público tão revoltado.
"Em primeiro lugar eu gostaria de pedir desculpas a todas as pessoas que compareceram no evento, principalmente aqueles que foram mal tratados, empurrados e machucados.
Gostaria eu, de explicar e ao mesmo tempo desabafar um pouco, tudo que aconteceu.
Nunca me preparei, empenhei e desgastei tanto quanto para este evento. Tudo começou quando fechei o contrato com o Sr. Robert (responsável pelo Sport Mall).O mesmo constava que o local estaria disponível a partir das 09:00 horas, sem nenhuma pessoa lá dentro e que teríamos acesso ao local, durante o dia, até na hora do evento, para a preparação dos serviços, como geradores, palcos, telões.....Nada foi cumprido, pois no dia do evento, foram realizados dois jogos de Hockey que deveria terminar as 9:00 e liberar a portaria, neste horário haviam 200 pessoas ocupando a quadra e pessoas fazendo ginástica no mesmo local.
Fiquei irritado e fui reclamar com o proprietário, que disse para eu relaxar, e que em minutos estaria tudo resolvido. Estavamos com seis policiais, 18 seguranças e um policial do Swat Team (voluntário).
Tínhamos programado três linhas para que facilitasse o acesso de entrada mais rápido. Recebi uma chamada e disseram que era muito importante de extrema urgência. O mesmo disse que teria comprado um ingresso falso e que estava a caminho, queria me mostrar para que eu pudesse comparar e apurar. Segundo a denúncia, o falsificador teria feito 300 ingressos e o mesmo faturou 9 mil dólares, que foi repartido entre os integrantes da ganga. A pessoa que fez a denúncia não identificou o acusado por medo de futuras ameaças.
Após comprovarem que realmente havia ingressos falsos, o chefe de segurança propôs verificar um por um, foi onde ocorreu a demora.
A portaria abriu as 09:00, mais de 500 pessoas estavam aguardando do lado de fora. Nos primeiros 10 minutos pegaram um ingresso falso, houve confusão e o atraso foi aumentando.
Os seis policiais que supostamente teriam que ajudar a formar as filas, disseram que não, e que seria melhor colocar seguranças, que falassem português. Tentei conversar com os seguranças, mas os mesmos disseram que o trabalho externo é da polícia e não poderia agira fora do local.
Devido a confusão que se formou do lado de fora, várias viaturas de diferentes áreas se deslocaram para o evento e fizeram o reforço da segurança externa. Eu e Robert fomos explicar a situação para os policias, que entenderam a confusão e liberaram no momento mais meia hora de show e que apenas o bar teria que fechar as 02:00. Eles dissera que não haveria problema desde que pagassemos hora extra para os seis policiais contratados. Depois de tudo acertado, recebi um recado que o som seria desligado por um policial que estava muito irritado. Quando me apresentei ao mesmo, ele aos berros, disse que era o capitão e que tínhamos que acabar com a festa, porque viaturas foram deslocadas para este local e que nós éramos responsáveis por toda essa confusão e que se aquele local não fosse liberado em minutos, todos seriam presos, inclusive eu, organizador da festa. Eu tentei dizer que, fiz acordo com os policiais e que eu havia contratado seis deles, ele gritando disse "Cala a boca. Teria que ser 40, ninguém vai se envolver, é o seu povo, você se vira"
Corri na portaria e pedi para liberar outra porta e que não checassem mais os ingressos. Quando todos entraram, por volta da meia noite, o capitão me chamou e gritando me pediu para acompanhá-lo, ele me levou até os geradores e ao abrir a porta, mostrou-me com sua lanterna o relógio "As 02:00 em ponto eu desligo tudo e acabou.
Voltei correndo e tentei apressar o show o mais rápido possível, fui até o camarim e pedi para que a banda entrasse. O empresário simplesmente disse que a banda não se apresentaria se não tivesse água no palco. Tínhamos água suficiente, mas as pessoas que invadiram o camarim conseguiu acabar com a reserva. Sai como louco atrás da bendita água, fui o mais rápido possível, mas com tanta confusão para sair de carro e chegar, aconteceu mais atrasos.
Não sei como tive forças para subir no camarim, pois estava arrasado e desanimado, pois fiz de tudo para que desse certo. Foi a pior experiência que já passei na minha vida. Me senti frustrado, envergonhado, sem entender porque fui tão humilhado, descriminado por este [capitão]. Como todos sabem, já fiz muitos shows: Cheiro de Amor, Gang do Samba, Sérgio Reis, Banda Mel e Terra Samba. Este show, foi o que eu mais me empenhei e o que deu tudo errado. Surgiram vários imprevistos.
Peço desculpas a todos patrocinadores, imprensa e público. Fiz tudo com as melhores das intenções. Não foi cumprido o contrato, não foi cumprido com a obrigação da polícia e ainda por cima os malditos ingressos falsos.
Contamos com a compreensão de vocês, desculpe-nos.
E afirmo, tudo que falei, tenho provas, desde os ingressos até o contrato".
Atenciosamente,
Betinho
