Ano 8 - Edição 259
13/03/02 a 19/03/02
Miami, FL - USA
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Nos EUA, auge do risco de assassinato ocorre no 1o dia de vida
O risco de um norte-americano morrer assassinado em seu primeiro dia de vida é dez vezes maior do que em qualquer outro momento da vida, revelou um estudo divulgado por autoridades de saúde locais.
Dos 3.312 infanticídios registrados entre 1989 e 1998, 243 -- ou 7,3 por cento -- ocorreram no dia do nascimento da criança, de acordo com informações levantadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
Quando baseada em anos de exposição por pessoa, a taxa de homicídios no primeiro dia de vida mostrou-se dez vezes maior do que a registrada no segundo grupo mais vulnerável, o de adultos entre 20 e 24 anos.
O médico Len Paulozzi, do Centro Nacional para Prevenção e Controle de Ferimentos do CDC, observou que o índice real de homicídios no primeiro dia de vida pode ser ainda maior, já que há a possibilidade de muitos casos não serem relatados.
"Às vezes os homicídios ocorrem e são registrados no atestado de óbito como lesão não-intencional (uma queda, por exemplo) ou como a síndrome da morte súbita do berço", disse Paulozzi.
Os dados do CDC, que levaram em conta os certificados de óbito de 50 Estados e do Distrito de Colúmbia, também demonstraram que a taxa de infanticídios caiu consideravelmente após a primeira semana de vida do bebê.
Assassinatos de bebês, contudo, chegam a um segundo auge na oitava semana de suas vidas, período que, acredita o CDC, pode coincidir com o pico na duração diária do choro infantil.
Segundo o CDC, o assassinato dos bebês em 89 por cento dos casos é feito por mulheres, muitas vezes as próprias mães.
Estas mães costumam ser adolescentes e têm um histórico de problemas mentais, disse a agência.
O estudo foi divulgado durante o julgamento de Andrea Yates, do Texas, que matou seus cinco filhos em uma banheira de sua casa em Houston. A mais nova das crianças tinha seis meses.