Ano 8 - Edição 259
13/03/02 a 19/03/02
Miami, FL - USA
Procurar no Gazeta:
As opiniões expressas em
artigos são de responsabilidade de seus autores e não refletem
necessariamente a opinião do jornal. Os serviços de propaganda são de
responsabilidade dos anunciantes.
Sugestões & Consultas:
Jornal entrevista suposta esposa de bin Laden
Osama bin Laden transferiu sua família para uma casa segura, em uma área distante no Afeganistão, dias antes dos ataques terroristas de 11 de setembro contra os Estados Unidos, afirmou uma mulher que se identificou como uma das quatro mulheres do líder da rede Al Qaeda, em entrevista divulgada no último domingo pela publicação saudita "Al-Majalla". Na entrevista, a suposta esposa falou de sua vida com o inimigo número um dos Estados Unidos, afirmando que ele tomava tranqüilizantes, tinha crises renais e ficava irritado quando lhe perguntavam quem estava por trás dos atentados a duas embaixadas norte-americanas em países do leste da África, em 1998. A publicação não informou quando nem onde foi realizada a entrevista com a mulher, identificada apenas pelas iniciais A.S. A entrevistada disse ainda que acredita que bin Laden esteja vivo, embora não tenha provas.
"Eu sinto dentro de mim que ele ainda está vivo e, se ele estivesse morto, todo o mundo saberia porque a morte de Osama não pode ser escondida", afirmou. A.S. revelou que bin Laden teve desentendimentos com o mulá Mohammed Omar, o líder do antigo regime do Talibã, que o abrigou no Afeganistão, e temia que seus amigos o traíssem e o entregassem para os Estados Unidos.
Ela disse ter visto bin Laden pela última vez na casa da família, em Kandahar, no sul do Afeganistão, antes dos atentados de setembro."Ele veio, deu-me um telefone e pediu que eu falasse com a minha mãe e lhe dissesse que estávamos indo para outro lugar e que eu sumiria por algum tempo", acrescentou. "Depois de alguns dias, ouvimos a notícia sobre as explosões na América e que os norte-americanos haviam declarado guerra a Osama e ao Talibã". A entrevistada contou ainda que voltou a ser transferida de casa depois do início dos bombardeios norte-americanos, em 7 de outubro, quando um filho de bin Laden e combatentes da tribo que os havia recebido levaram a família para o Paquistão."Lá, eles nos entregaram ao governo paquistanês", afirmou.Ainda na entrevista, a suposta esposa disse ter ouvido bin Laden falar sobre os ataques às embaixadas norte-americanas na África, ocasiões em que ele dizia que "alguns jovens, guiados por Deus, ensinaram uma lição para a América".Ela lembrou de bin Laden acusando os EUA de "humilhar" os árabes e afirmando que tinha "um grande grupo de jovens mujahedins que odeiam a América e estão prontos para lutar contra ela".O líder de Al Qaeda, ainda de acordo com a entrevistada, discordava da política educacional do Talibã, segundo a qual as crianças deveriam estudar apenas religião nas escolas.
Bin Laden teria contratado professores particulares para ensinar seus filhos árabe, inglês, matemática, ciência e informática.Perguntada se lamentava ter se casado com um homem que o mundo considera um terrorista, ela respondeu: "Eu não lamento nada porque essa é a vontade de Deus, e eu não o considero um terrorista".