Ano 8 - Edição 259
13/03/02 a 19/03/02
Miami, FL - USA
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Quando a vida imita a arte: crime que lembra filme de Hollywood choca os EUA
Um crime que lembra certos detalhes perversos do filme "Mamãe é de morte", estrelado por Kathleen Turner, veio à tona esta semana nos Estados Unidos, causando comoção e incredulidade.
A auxiliar de enfermagem Chante J. Mallard, de 25 anos, moradora de Forth Worth, no Texas, foi presa sob a acusação de assassinar um homem de forma jamais vista pela polícia: deixando-o sangrar até a morte dentro de seu próprio carro, cravejado de estilhaços de vidro.
Mallard foi presa na semana passada e confessou ter atropelado Gregory Biggs em outubro passado. A vítima ficou presa ao pára-brisa do carro de Mallard, que, como se nada tivesse acontecido, seguiu viagem até em casa.
Ao chegar em casa, Mallard parou o carro na garagem e, apesar dos apelos de Biggs, nada fez para desprendê-lo do pára-brisa ou buscar ajuda. O homem ainda agonizou por dois dias.
"Ela basicamente dirigiu até sua casa, estacionou o carro com ele dentro, ainda vivo e pedindo ajuda. Depois, fechou o portão da garagem e simplesmente tratou de ver como ele estava nos dois seguintes", contou o tenente David Burgess, da polícia de Fort Worth.
Depois que Biggs morreu, Mallard e alguns amigos jogaram o corpo em um parque, onde o mesmo foi localizado em 27 de outubro passado.
O crime parecia sem solução até que, no mês passado, a polícia descobriu uma pista que levava a Mallard.
O carro ainda estava em sua garagem e a polícia encontrou sangue e cabelo de Biggs no pára-brisa. Os assentos do veículo, queimados, estavam no quintal.
O advogado de Mallard, Mike Heiskell, disse que sua cliente não é "o animal ou o monstro retratado pela polícia e nem a pessoa fria e desumana que estão falando". A auxiliar de enfermagem pagou fiança e aguardará o julgamento em liberdade. Se considerada culpada de homicídio, poderá ser condenada desde cinco anos até a prisão perpétua.
Mallard, conforme a descrição da polícia, tem características idênticas à personagem de Kathleen Turner em "Mamãe é de Morte", filme do polêmico John Waters, responsável pelo lançamento do transexual Divine ao estrelato.
No filme, Kathleen é capaz de tudo para defender sua família e, com extrema frieza, não hesita em apelar aos métodos mais cruéis para se livrar de qualquer pessoa que julgue prejudicar o marido e os filhos.
Em uma das cenas, ela fica de tocaia, à espera do diretor da escola de seus filhos, que seriam vítimas de perseguição. Kathleen o atropela e, apesar de a vítima implorar por misericórdia, passa por cima de seu corpo diversas vezes, certificando-se de que está realmente morto.